sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caras a cara

Olhos que me cercam,
Mais de mil iguais aos meus.
Analíticos, penetrantes
em meus pedaços que quebram.
Mais quantos é preciso
para ver na escuridão?
Quantos mais vou agüentar
do meu corpo ao chão?
São espelhos que revestem
as paredes desta sala,
que ouvem meu pensamento
e antecipam minha fala.
Que lugar maluco é este?
Em que mundo vim parar?
Não consigo me esconder
e não posso me encarar.
Espelhos, espelhos
por todas as paredes
pondo-me de joelhos,
quebrando o encanto
que joguei em minha alma,
mostrando o impulso
que devora minha calma.

                                 Goody